quarta-feira, 11 de novembro de 2009

DIÁRIO DE UM APAGÃO


O apagão que afetou 12 estados brasileiros foi ocasionado pelo desligamento de 3 linhas de transmissão, nos estados do Paraná e São Paulo, por motivos de “condições meteorológicas adversas”, segundo o Ministério da Energia. O blecaute, que durou cerca de 4 horas, causou transtornos e pânico em diversas situações: pessoas presas em elevadores, escadas, metrôs, estradas e acessos paralizados por falta de sinalização e, o mais comum, transeuntes, nas ruas, na mais completa escuridão, sem saber para onde ir. Isso fez com que houvesse excesso de ligações e muitos celulares não funcionavam. No interior do estado, em Itaboraí, a população é servida pela concessionária Ampla, que presta um péssimo serviço, pois qualquer chuvinha é motivo para “faltar luz”. Assim, é comum o consumidor ligar para solicitar o restabelecimento de energia. Eu estava em casa, de folga, quando o blecaute começou, por volta 22h e 30m. Para mim, se tratava de uma falta de energia comum. Esbravejei e xinguei a Ampla, como sempre: “uma chuvinha à toa, por que faltou luz?” Não podia ligar para reclamar, porque meu telefone fixo é sem fio e só funciona com a base conectada à tomada. Tentei ligar pelo celular (oi), mas estava sem sinal. Também não creio que adiantasse, pois o número fornecido pela Ampla para reclamações por celular nunca funciona. Pensei em minha mãe, que mora numa das casas ao lado, mas, não queria incomodá-la (de dia, quando falta energia, sempre recorro ao seu telefone, que é normal). O jeito seria esperar, até que me lembrei de um aparelho de telefone velho, que foi substituído pelo atual, sem fio, que, na atual circunstância, era completamente inútil. Será que ainda o possuía? Acho que dei para umas crianças... não, ainda estava guardado, eu tinha dado um mais velho ainda! Conectei o aparelho e liguei para a Ampla, que me informou que o estado do RJ estava sem energia. Nem eles sabiam que se tratava de um blecaute nacional. É, não tinha jeito. Escolhi a parte da casa mais fresca (um quarto que está aguardando a cama que virá no fim do mês) abri a janela protegida por grades e tela por causa dos mosquitos tão comuns no bairro, tirei a roupa (para suportar melhor o calor) estendi um colchonete e dormi. Acordei uns 30 minutos após a energia ter sido restabelecida no país inteiro. Comparando-me aos transtornos sofridos pelas pessoas nos grandes centros urbanos, cheguei à conclusão que nem deveria ter xingado a Ampla. Paciência!