terça-feira, 7 de julho de 2009

O LIMITE DO PENSAMENTO


Sensacional o artigo “Os meninos-lobo”, do economista Cláudio de Moura Castro, na Veja desta semana, inspirado no conto infantil Mogli, o menino lobo, de Rudyard Kipling e nas últimas descobertas das pesquisas sobre o pensamento. No conto, Mogli foi um menino criado pelos animais e que aprendeu a pensar como o ser humano. Na prática, a ciência descobriu que isso é impossível: nenhuma criança criada em meio aos animais e seus “ruídos” jamais poderia pensar como um ser humano normal. E a razão disso é bem simples: para pensar dependemos das palavras! Ou seja: o limite de nosso pensamento depende das palavras que conhecemos. Talvez agora você comece a perceber (ou reparar) nisso. Nós pensamos palavras! Elas desfilam em nosso cérebro à medida que as reunimos para formar idéias, que, por sua vez, resultarão em ações. Portanto, a nossa capacidade de usar palavras tem muito a ver com a nossa capacidade de pensar. Quem não aprendeu bem a usar palavras não sabe pensar! Quem sabe poucas palavras e as usa mal tem o pensamento encolhido. Assim, a habilidade de conhecer muitas palavras, sua grafia correta, seu significado e saber expressar-se bem através da escrita determina o limite do nosso pensamento. Fascinante, não? E assustador! O bom ensino deveria ter como alvo primário a competência lingüística porque isso resultaria em bons pensadores. Mas, estamos longe disso! A capacidade lingüística de um brasileiro corresponde a de um europeu com quatro anos a menos de escolaridade! Mas, como reverter isso? Independente das atitudes do governo, cada qual pode fazer a sua parte em estimular o hábito da leitura nas crianças (quem lê bem também escreve bem... e pensa melhor!); fazer palavras cruzadas; recorrer ao dicionário e ser bom ouvinte de pessoas inteligentes (e isso envolve a música, os livros e a arte)... Em suma: O limite do nosso pensamento é medido pela quantidade de palavras que conhecemos e usamos bem!

A HORA DAS MUSAS NEGRAS


Finalmente as musas negras ( Vênus e Serena Willians ) ganham destaque em Wimbledon. Não que isso seja novidade para elas. Desde 2000, as irmãs Willians estiveram presentes em 9 das 10 finais de Wimbledon e ganharam 8 títulos (5 de Vênus e 3 de Serena, com o de hoje). Foram 4 decisões ente as irmãs, 3 vitórias da caçula Serena ( 2002, 2003 e 2009) e 1 de Vênus (2008). A superioridade das musas negras do tênis norte americano é incontestável em solo inglês! No entanto, além da hegemonia nas raquetes, as meninas do papai Richard Willians são lindas, apesar da preferência da imprensa em focar suas lentes nas jogadoras loiras soviéticas. Quando se fala em musa, em Wimbledon, todos só divulgam Maria Sharapova e Cia. Tudo bem, elas também são lindas, mas, dizer que o tênis feminino atravessa um péssimo momento só porque não foram as russas que venceram as semi finais (comentário geral na sala de imprensa) lança dúvidas sobre uma atitude preconceituosa: simplesmente política ( as Willians são americanas) ou racial? Quando Steffi Graf ganhava todos os torneios ninguém dizia que o tênis feminino atravessava um péssimo momento ( Steffi era loira e alemã). Torci muito pela Steffi quando comecei a apreciar o tênis feminino e vibrava com suas vitórias! Hoje torço pelas Willians, com uma ligeira preferência pela Serena e (ainda bem) continuo derivando alegrias em me interessar por esse esporte. Mas, a imprensa deveria ser mais cuidadosa, as Willians também são musas, apesar de americanas e negras!