quarta-feira, 23 de julho de 2008

OS CHALATÕES NO DIA-A-DIA CARIOCA

Nesta semana, um colunista de O Globo contou, num artigo intitulado "Cena Carioca" que um surdo-mudo entrou num ônibus distribuindo pacotinhos de balas a todos os passageiros com uma breve nota explicativa de sua "deficiência" e o valor das guloseimas. Na saída, esqueceu um dos pacotes no colo de uma senhorinha. "Ô das balinhas" - gritou a mulher. Não é que o surdo "ouviu" e voltou para pegar as balas? Bom, agora vou contar uma de cego. Nos tempos em que as barcas eram administradas pela Conerj (muito mal administradas, por sinal) quando se era permitido de tudo, desde pregações evangélicas e ambulantes até mendigos e deficientes pedindo esmolas, era muito comum a presença de um cego, um mulato forte, alto, óculos escuros, bengala, sempre acompanhado por um guia, que o conduzia até o andar de cima, onde ele rodeava pela esquerda e voltava pela direita, até ganhar as escadas e descer. Um dia, porém, o guia distraiu-se com um donativo e o "cego" conseguiu chegar sozinho às escadas sem tatear a bengala uma vez sequer para os lados. Mas a prova definitiva de seu charlatanismo veio alguns dias após, quando eu estava parado no sinal dentro de um ônibus na Av. N. S. de Copacabana. Lá ia o famoso ceguinho das barcas ao longo da calçada, sempre conduzido pelo guia, quando, na esquina, cruzou o seu caminho 3 beldades de fio dental dirigindo-se para a praia, dignas de um cartão postal para fazer gringo (e brasileiro) babar. Não é que o ceguinho virou a cabeça para "observar" as bundas bronzeadas das gatonas? Agora, uma de aleijado. Estava eu no interior do ônibus linha 119 sentido Praça XV, na altura da Rua México, quando entrou um aleijadinho, se arrastando. Era ainda jovem, mas, coitado, estava sujo, molhado, chovia. Se arrastou ao longo do veículo, angariou alguns donativos e, quando o ônibus estava parado num sinal na Rua Araújo Porto Alegre, decidiu descer. Se arrastando pela pista, tentou atravessar antes do sinal abrir. Não deu tempo. Ao rufar dos aceleradores, o aleijado "levantou-se e saiu correndo" para o outro lado da rua, onde continuou caminhando normalmente. Estes e outros casos que ocorrem diariamente seriam hilários se não tivessem o seu lado trágico. Se esses charlatões conseguirem R$ 50,00 diariamente (o que não é difícil) terão obtido, no fim do mês, um salário superior ao da vasta maioria dos trabalhadores de carteira assinada no Brasil que trabalham, no mínimo, 8 horas por dia, sem contar o tempo e o stress da viagem de ida para o trabalho e volta para casa. Um prato cheio para a informalidade! A lei da prisão por vadiagem deveria voltar a ser aplicada no país!

terça-feira, 22 de julho de 2008

A ECONOMIA BURRA DA VACINA CONTRA A MENINGITE

Por causa de uma economia burra, o governo federal ainda não incluiu no Programa Nacional de Imunização (PNI) a vacina pneumocócica que imunizaria crianças menores de 5 anos contra a meningite pneumocócica e meningocócica. A doença geralmente é fatal ou deixa sequelas graves. E sua periodicidade assusta: no Brasil, cerca de 11 crianças morrem diariamente e, no RJ, a cada 33 horas, uma criança menor de 5 anos vai a óbito. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todas as crianças sejam vacinadas contra essa bactéria. No entanto, apesar de estar há 4 anos no mercado, o governo resiste em incluí-la no calendário oficial de vacinação devido o seu custo. Que cruel! Em vez de pensar em salvar as vidas das crianças brasileiras, o Ministério da Saúde pensa em custos... Que, na realidade, não existiria, porque o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) economizaria com os gastos de hospitalização e tratamento das crianças infectadas. A dose custa em torno de R$ 250,00 e é facilmente acessível a todos os filhos, netos, sobrinhos e etc... do Presidente da República, Ministros, Senadores, Deputados, Governadores, Prefeitos, Vereadores...