quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A HIPÓCRITA REAÇÃO ÁRABE


Duas atitudes já eram esperadas pela quebra da suposta trégua entre israelenses e os terroristas do Hamas: a tardia e violenta reação de Israel após a enxurrada de mísseis e morteiros lançados sobre o seu território visando diretamente a população civil e a reação de repúdio das nações árabes pela incursão aérea de Israel sobre a faixa de Gaza, resultando na morte de centenas de palestinos. Apesar do alvo do Hamas ser a população civil de Israel, os israelenses visam exclusivamente as instalações militares do grupo terrorista. O problema é que terroristas são como os nossos traficantes, se escondem no meio do povo como ratos. Não há como tentar atingí-los sem vitimar civis. A população de Israel exigiu uma tomada de atitude do governo, em vista dos 470 mísseis e morteiros lançados sobre suas cabeças desde novembro, ainda durante o período da suposta trégua. O próprio presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, culpa o Hamas pela quebra da trégua e advertiu o grupo terrorista sobre uma inevitável reação violenta por parte de Israel. Porém, o povo israelense não aprecia quando palestinos civis são atingidos. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, da população árabe da faixa de Gaza, para quem não importa se israelenses civis sejam mortos. Um exemplo disso foi a reação do povo palestino que saiu às ruas num verdadeiro carnaval comemorando a morte de milhares de americanos inocentes no atentado ao World Trade Center. Há uma motivação diferente de ambos os povos e uma motivação diferente do governo de Israel e dos terroristas do Hamas. E há uma motivação hipócrita em vista da reação de repúdio das demais nações árabes aos ataques israelenses. A história mostra que, aparententemente, árabes não parecem se importar muito com o que ocorre de ruim com outros árabes. Os curdos, um povo nômade (por força das circunstâncias) no norte do Iraque, fronteira com a Turquia, vive situação semelhante aos palestinos: não têm terra para morar! No entanto, não têm a força política dos palestinos. Quase foram dizimados por Saddam Hussein e são escorraçados pelos turcos, como párias e indesejados, apesar de árabes e muçulmanos. Sunitas continuam odiando xiitas e vice-versa, árabes continuam sendo explodidos e dilacerados no Afeganistão, Paquistão e Iraque por seus próprios compatriotas muçulmanos e não há manifestação alguma por parte das demais nações árabes contra essa carnificina que vitima idosos, mulheres e crianças. Parece que, de árabe para árabe, "pode"! A verdade é que a reação de repúdio das nações árabes é política, não lamentam a morte dos palestinos inocentes, lamentam sim, que as mortes tenham sido causadas por Israel! E, quanto aos israelenses, sua preocupação é que o Hamas comece a acertar a pontaria e que, ao invés de mísseis e morteiros, um dia possam vir a lançar um artefato nuclear!